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MP pede prisão de agente por falsificação de e-mails em "caso Victor Ramos"

Foto: Francisco Galvão/ Divulgação/ EC Vitória
Imagem: Foto: Francisco Galvão/ Divulgação/ EC Vitória

Do UOL, em São Paulo

05/09/2017 13h02

O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou o empresário do jogador Victor Ramos, Francisco José de Godoy Ferreira, por falsificação de documentos. O agente é acusado pelo MP de adulterar e-mails da negociação do zagueiro para o Vitória, episódio que ficou conhecido como “caso Victor Ramos” e que envolveu o Internacional.

O MP requer que o agente seja condenado pelo crime de falsificação de documentos, com previsão de pena de reclusão de um a cinco anos, além de pagamento multa.

Segundo a denúncia, Godoy teve acesso e adulterou e-mails sobre o prazo da janela de transferência do jogador em âmbito internacional, trocados entre o departamento de futebol do Vitória e o setor de registro de atletas da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Os documentos adulterados foram enviados pelo empresário para Antonio Gutierrez, dirigente do Club Monterrey, do México, que detinha os direitos federativos de Victor Ramos.

Na época, o Internacional de Porto Alegre acionou a Justiça apontando a irregularidade. O clube gaúcho queria perda de pontos do Vitória para se manter na Série A.

O time baiano provou não ter culpa na falsificação do documento e continuou na elite do futebol brasileiro.

O Internacional foi multado por ter acionado o STJD. O time do Sul conseguiu parcelar o pagamento de R$ 810 mil (R$ 720 mil ao clube e R$ 90 mil ao ex-presidente Vitório Píffero). Com o aval do STJD o clube dá por encerrado o caso.

Entenda o caso Victor Ramos

O Internacional entendia que a inscrição do atleta Victor Ramos, pelo Vitória, era irregular. O jogador pertencia ao Monterrey, do México, e foi emprestado ao Palmeiras e posteriormente ao Rubro-Negro. E a segunda negociação ocorreu fora do período de transações internacionais.

Na ótica vermelha, o clube deveria perder pontos, acabando rebaixado à Série B. Na avaliação da CBF, validada pelo STJD, como a documentação de transferência não retornou ao país de origem, a segunda negociação também foi doméstica e sem a necessidade de respeitar a janela de transferências.

Em sua sustentação no processo, o Internacional anexou mails trocados pelo diretor de registros da CBF, Reynaldo Buzzoni, e o diretor do Vitória na ocasião, Anderson Barros. Os documentos chegaram ao Colorado através de um advogado e de um empresário. E não eram exatamente os mesmos enviados pela CBF ao clube baiano.

Após meses de inquérito, o relatório apontou irregularidades, mesmo que a adulteração não tenha sido feita pelo Inter, mas pelo empresário de Ramos na época, Francisco Godoy, com objetivo de facilitar a compreensão do Monterrey, do México. Em seguida, o procurador-geral do STJD, Felipe Bevilacqua, efetuou a denúncia do Inter, que foi julgado e punido. Entre as punições aplicáveis havia a expulsão da Série B ou mesmo ser impedido de realizar transferências por um determinado prazo. Contudo o clube escapou das penas mais rígidas, sendo apenas multado.